terça-feira, 5 de julho de 2011

As Rezadeiras de Ipirá!




 As rezadeiras, enquanto importantes personagens da cultura popular, nos servem

de referência para o estudo da memória, uma vez que essa é indissociável da cultura e das instituições sociais. ( Silva, 2009). Nesta perspectiva, este blog pretende discutir a importância cultural do processo de construção de saberes das rezadeiras moradoras do município de Ipirá-Ba.
Pensar em "Ser rezadeira" requer um olhar sensibilizado que perpasse por farias esferas, pois apesar de serem classificadas como integrantes de um grupo, suas formulações são individuais e, sobretudo construídas de forma endêmica. A expressividade de suas práticas devem sobreviver e ultrapassar as barreiras do tempo, seja ela pela conservação da benzedura por diversas gerações, ou pela valoração da comunidade e o ingresso/reingresso dessas rezadeiras no processo de construção transdisciplinar.


Silva, 2009: Disponível em: http://www.cult.ufba.br/enecult2009/19161.pdf

Benzedeiras Guardiãs

As rezadeiras usam
Águas da chuva e do rio
Curam as dores do corpo
Cisco no olho, espinhela caída
As benzedeiras vão
Com fé na oração
Curando nossas feridas
Como obaluaê
As rezadeiras quebram
Quebranto, mal olhado
Males que vem dos ares
Nervos torcidos, ventres virados
As benzedeiras são
As estrelas das manhãs
As nossas anciãs
Nanás buruguêis
Afastam a inveja
E o mal olhado
Com suas forças
Com suas crenças
Com suas mentes sãs
As rezadeiras são
As nossas guardiãs
Por dias, noites, manhãs
Nanás
Estaca canção é uma oração
Para as benzedeiras
Do coração mando este som
Para as rezadeiras
As rezadeiras são
As nossas guardiãs
Por dias, noites, manhãs
Nanás

artinho da Vila

Composição: Rosinha de Valença/Martinho da Vila